Português Afiado
Ulisses e Pedro se encontram na pracinha da cidade, os dois de bicicleta. Pedro leva uma mochila com uma bola de futebol e uma algema dentro.
Ulisses – E aí, beleza?
Pedro – Só!
Ulisses – Pô véio essa semana na Escola aprendemo a história da Língua Portuguesa.
Pedro – História du que?
Ulisses – Da língua que a gente fala, cara a gente aprendeu um monti de coisas legais!
Pedro – Que chato!! Pô cruel aprender isso aí!
Ulisses - Cruel nada, por exemplo: os etimólogos, que são aqueles que estudam a origem das palavras...
Pedro – Ta, já sabia...continua ...
Ulisses – Vô fingi que acredito, mas como ia dizendo, a palavra “cruel” provém do latim “crudele”. Por isso é mais correto dizer que quando uma pessoa é muito cruel se diz que ela é crudelíssima e não cruelíssima.
Pedro – Caraca! Que chato, não entendi nada, mas tudo bem!
Ulisses – (Rindo)Eu já esperava!
Pedro – (em tom irônico) Hah, hah, hah, e daí, to indo pro futebol e mais tarde vo da um chego na casa da Regina, valeu, aquela gostosa!
Ulisses – Ah, aquela guria que tu ta “ficando” né. Sabe de onde veio e o que significa o nome dela?
Pedro – Não!!
Ulisses – Então eu conto, veio do nome próprio em latim “Reginae” e significa rainha.
Pedro – Legal, vou explica pra ela isso daí e falar que ela é minha rainha. Ela vai fica impressionada.
Ulisses – Aposto que sim. Bicicleta legal ein, deixa eu dá uma volta?
Pedro - (voltando ao assunto) Tu ta prosa em cara, aprendendo palavra difícil. Só que o que que é esse negócio de... de latim.
Ulisses – É que o Português, o Italiano, o Espanhol e mais algumas línguas vieram do Latim, uma língua já morta, que começou a se formar no século IV a.C., na região oeste da Europa.
Pedro (começando a se interessar muito) – Pô e comu é que a gente aqui do Brasil fala Português se a gente não ta na Europa?
Ulisses – Simples. O latim foi usado durante algum tempo naquele lugar. Depois se espalhou por quase toda a Europa porque o pessoal daquela região tinha um baita exército e invadia vários territórios. Resumindo, o latim se misturou com as línguas de outros povos que moravam em territórios invadidos pelo Império Romano, como era chamado esse povo. Depois disso esse império foi destruído por várias “gangs”.
Pedro (assustado) - Gangues?
Ulisses – É tipo assim! Di novo o latim se misturou com a língua desses povos.
Pedro (mudando de assunto) – Olha só o que eu ganhei do Cabeça!
Ulisses (pega da mão de Pedro) – Deixa eu ver. Uma algema, e de verdade!! A propósito...
Pedro (bota a mão na cabeça) – Lá vem mais uma explicação do Ulisses sabe tudo.
Ulisses – Olha só, algema vem do Árabe “al-djamia, que significa “a pulseira”.
Pedro (Preocupado olha pro horizonte) – Que confusão!! O que tem a ver os Árabes com o Português, se eles são lá da Arábia e tem a língua deles.
Ulisses – É que os Árabes também invadiram aquela região da Europa onde hoje é Espanha e Portugal. Daí a língua que tinha naquela área se misturou à língua árabe. Oras. Depois de algum tempo os árabes foram expulsos da Europa. Mais adiante, com o processo das navegações, Cabral, finalmente, trouxe a língua que falamos hoje, o Português.
Pedro – Só que diferente do português de hoje né?
Ulisses – Claro, a língua, como a gente já comentou, sofreu várias modificações ao longo do tempo. E ainda sofre.
Pedro – Nossa que abacaxi!
Ulisses – Nova mistura.
Pedro - O que? Não vai dizer que...
Ulisses – Isso mesmo o “abacaxi” além de ser uma fruta é uma palavra indígena, como “jacaré”, “capim”, “Itajaí-açú”, “cipó”, “mandioca”...
Pedro – Aqui no Sul a gente fala “aipim”...
Ulisses – E no Nordeste, “macaxeira”... mas não acabou não, tem a língua dos africanos, dos imigrantes, os estrangeirismos.
Pedro – Não acabo não? Ai (colocando a mão na cabeça) já to com dor de cabeça, é muita informação pro meu célebro...
Ulisses - É cérebro, Pedro! Mas que vem do latim celeber...
Pedro (irônico) – Chega, tá muito interessante o papo, mas eu já to atrasado pro futebol...
Ulisses - Tu sabias que a palavra futebol vem do inglês foot – (pé) + ball - (bola)...
Pedro – Que saco, eu to indo Ulisses, valeu!?
Ulisses – Peraí Pedro, mais uma coisa... pô me deixou no vácuo...
O Cabeça se aproxima.
Ulisses – Chega aí cabeça!
Cabeça – Aí, beleza!
Ulisses – Como é que tá, que pose, óculos bonitu!
Cabeça – Podi crê.
Ulisses – Tu vai hoje a noite na festa do Chico?
Cabeça – Só, podi crê!
Ulisses – Vai ser um mó festão!
Cabeça – Só!
Ulisses – (Renata passando e os dois olhando) Nossa, mas a Renata tá muito gostosa, não é Cabeça...
Cabeça – Só!
Ulisses (olha pro relógio) Então tá, to indo, valeu, um abraço!
Cabeça – Beleza!
Ulisses pensando alto.
Ulisses “Pô é super difícil conversar com o Cabeça!”
Obs.: A parte final é uma paráfrase de um cartum de Angeli.
sábado, 19 de setembro de 2009
Uma teoria sobre a "Quadrilha" de Drummond
Uma teoria sobre a “Quadrilha” de Drummond
O poema Quadrilha, do volume “Alguma Poesia”, 1930, primeiro livro de poemas de Carlos Drummond de Andrade, é estruturado em versos brancos e livres numa linguagem coloquial beirando muitas vezes o prosaico, bem ao gosto dos preceitos da poesia modernista pós semana de arte moderna de 1922.
Em relação ao conteúdo do poema, os desencontros amorosos dos personagens num passado imperfeito, os levam a destinos completamente diferentes uns dos outros. O amor que não era correspondido dentro do grupo de homens e mulheres que amavam, mas que amargamente não eram amados nos faz observar a interpretação cética que o autor faz sobre o amor, dando-o no começo do poema, uma dimensão trágica.
João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili, as seis personagens não se acham, não se entendem, não se complementam. Dentro do grupo todos amavam, menos Lili. Por isso, há um certo desequilíbrio. Assim, no começo dessa história se desenrola a anti-quadrilha de Drummond, pois ironicamente, nem todos têm em comum o mesmo fim determinado, ou seja, amar o próximo.
No passado perfeito, agora esse sim nos desvenda o fim singular de cada um dos que habitam o poema. Para eles, o amor não aconteceu se confirmando nos exílios de João e Teresa, aquele nos Estados Unidos e esta no convento. A morte de Raimundo foi por desastre. Maria não se casou, ganhou o título de tia, um desastre. Mais uma morte aconteceu, a de Joaquim, agora por suicídio. E enfim, Lili acabou se casando com J. Pinto Fernandes que estava fora do grupo que até então não tinha nada a ver com a história.
Portando, o que na quadrilha era um equilíbrio indefinido veio a se equilibrar com a entrada do último personagem, J. Pinto Fernandes, o sétimo elemento, completando sete pessoas na quadrilha de Drummond. Então, se formos comparar a numerologia deste número encontraremos o sete como sinônimo de completude, ideal de totalidade do universo em movimento, isso em várias culturas, tanto ocidentais como orientais. Assim, ao final percebemos que o fechamento harmônico da quadrilha somente acontece com a entrada de Fernandes, o sétimo integrante.
O poema Quadrilha, do volume “Alguma Poesia”, 1930, primeiro livro de poemas de Carlos Drummond de Andrade, é estruturado em versos brancos e livres numa linguagem coloquial beirando muitas vezes o prosaico, bem ao gosto dos preceitos da poesia modernista pós semana de arte moderna de 1922.
Em relação ao conteúdo do poema, os desencontros amorosos dos personagens num passado imperfeito, os levam a destinos completamente diferentes uns dos outros. O amor que não era correspondido dentro do grupo de homens e mulheres que amavam, mas que amargamente não eram amados nos faz observar a interpretação cética que o autor faz sobre o amor, dando-o no começo do poema, uma dimensão trágica.
João, Teresa, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili, as seis personagens não se acham, não se entendem, não se complementam. Dentro do grupo todos amavam, menos Lili. Por isso, há um certo desequilíbrio. Assim, no começo dessa história se desenrola a anti-quadrilha de Drummond, pois ironicamente, nem todos têm em comum o mesmo fim determinado, ou seja, amar o próximo.
No passado perfeito, agora esse sim nos desvenda o fim singular de cada um dos que habitam o poema. Para eles, o amor não aconteceu se confirmando nos exílios de João e Teresa, aquele nos Estados Unidos e esta no convento. A morte de Raimundo foi por desastre. Maria não se casou, ganhou o título de tia, um desastre. Mais uma morte aconteceu, a de Joaquim, agora por suicídio. E enfim, Lili acabou se casando com J. Pinto Fernandes que estava fora do grupo que até então não tinha nada a ver com a história.
Portando, o que na quadrilha era um equilíbrio indefinido veio a se equilibrar com a entrada do último personagem, J. Pinto Fernandes, o sétimo elemento, completando sete pessoas na quadrilha de Drummond. Então, se formos comparar a numerologia deste número encontraremos o sete como sinônimo de completude, ideal de totalidade do universo em movimento, isso em várias culturas, tanto ocidentais como orientais. Assim, ao final percebemos que o fechamento harmônico da quadrilha somente acontece com a entrada de Fernandes, o sétimo integrante.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Mergulho no desconhecido
Um Mergulho no Desconhecido
André de Melo
Não gosto de pescar, depois que quase me afoguei pescando no rio perto de casa, nunca mais me interessei. Mas gostava. Prefiro participar daqueles grandes grupos que se unem na praia de Perequê, no mês de junho, para puxar a rede com milhares de tainhas dentro. Tainha é burra. Ela sabe que tem um monte de pescador esperando-as com as redes e mesmo assim prefere cair na armadilha. Coisa de peixe. Não fosse assim como eu iria me refestelar com uma tainha assada na brasa. Melhor que elas continuem com esse instinto animal.
Por não gostar de pescar com anzol sempre ficava de fora das pescarias de meus amigos que ficavam pacientemente esperando a hora certa de puxar o peixe para o barco. Eles me convidavam e eu inventava uma desculpa. As vezes ia espiá-los dando aqueles mergulhos e depois suas pescarias de bagre e jundiá naquele rio vivo e límpido de outrora.
Certo dia, de um azul anil daqueles de verão do suor escorrer pelo corpo, aceitei o desafio de acompanhá-los porque não agüentava mais ficar em casa naquelas tardes jogando “Final Fantasy” sozinho. O combinado era que Dico e Rafa e eu construíssemos uma espécie de trampolim para que os mergulhos no rio ficassem mais divertidos. Após o nosso protótipo de trampolim ter ficado pronto os dois começaram a dar pulos e eu só observando. Eles me chamavam para participar, mas eu só lembrava daquele terrível dia e estava até preocupado que meu pai me pegasse na beira do rio, aí era surra na certa. O anzol, a vara, o barco estavam ali só esperando Dico e Rafa para mais uma pescaria depois de tanta farra com o trampolim.
O tempo foi passando e nem lembramos mais que havia peixes no rio de tão legal que estava a brincadeira. De repente silêncio, na ponta sul, no meio do rio, um barco, um homem dentro. O vento começou a bater mais forte. Os eucaliptos se curvando na margem do rio atestavam isso, ao mesmo tempo em que Zéfiro soprava aquele elemento novo para perto de nós. Aquele homem no barco inexplicavelmente sugava a nossa atenção. Estávamos parados ali na margem, os três, só esperando o que poderia acontecer. Rafa, se pelando de medo, queria ir embora.
- Vamo embora galera, to bolado, já ta escuro e não sei quem é esse cara!
E as águas começando a turvar, mas a gente não arredava pé dali. O homem branco, muito branco, para na frente de nós a uns quinze metros de distância. Aquela altura já estávamos escondidos atrás do capim. De súbito os peixes que ondeavam a água do rio começaram a pular para dentro do barco. Eu não sabia se corria ou se ficava. O homem de chapéu e palheiro ergueu o imponente anzol, a agulha e os mergulha. De repente silêncio. Já estava escurecendo. A linha submersa parecia cortar o rio e o homem tranqüilo fumando o palheiro esperando. Um pássaro sobrevoa rasante sobre nossas cabeças de um lado para outro e pousa no ombro do pescador. A gente não entendia nada. Dico já chorava baixinho. A gente não entendia nada. Até eu e o Rafa já estávamos assustados. Sair dali? Como? Era um misto de pavor e curiosidade que nos apossava.
De súbito a vara começa a arquear-se e daí para frente o que vemos é a luta do ser humano contra o animal. A luta é pela vida, pelo orgulho do pescador em pegar o maior, o mais valente peixe. O peixe é realmente grande, garboso e prata, falo sério, o peixe é prata de um metal lustroso que chegava a iluminar a noite e nos hipnotizar.
- Uhu! Peguei, é ele, ah! Não acredito!
Que grito assustador, que alegria aquele homem estava sentido ao pegar o maior e mais bonito peixe, parecia um sonho. Só o peixe um sonho. O resto realidade.
Com demora ele tirou o anzol, a agulha que encravava a boca do animal que parecia querer balbuciar alguma coisa e se debatia violentamente balançando o barco. Ouvimos o som da faca, o rasgão brutal no seu corpo. Víamos tudo porque os vaga-lumes em bando rodeavam aquela cena. O corvo com os olhos brilhando olhou e gralhou em nossa direção. O gosto amargo que surgia na boca, o frio na barriga, não deu outra, saímos correndo mesmo com o Dico vomitando deixando uma linha acre e viscosa pelo caminho.
Cheguei em casa, contei para meu pai o que havia visto, e ele já me esperava com a cinta na mão. Dei um jeito de convencê-lo a me ouvir e ele se lembrou da lenda da truta prateada. Um magnífico peixe que oferecia a imortalidade a quem pescasse e comesse sua carne. Voltei correndo ao rio, porém não vi o homem, não vi o peixe, o pássaro, o que havia era só o barco e a escuridão.
André de Melo
Não gosto de pescar, depois que quase me afoguei pescando no rio perto de casa, nunca mais me interessei. Mas gostava. Prefiro participar daqueles grandes grupos que se unem na praia de Perequê, no mês de junho, para puxar a rede com milhares de tainhas dentro. Tainha é burra. Ela sabe que tem um monte de pescador esperando-as com as redes e mesmo assim prefere cair na armadilha. Coisa de peixe. Não fosse assim como eu iria me refestelar com uma tainha assada na brasa. Melhor que elas continuem com esse instinto animal.
Por não gostar de pescar com anzol sempre ficava de fora das pescarias de meus amigos que ficavam pacientemente esperando a hora certa de puxar o peixe para o barco. Eles me convidavam e eu inventava uma desculpa. As vezes ia espiá-los dando aqueles mergulhos e depois suas pescarias de bagre e jundiá naquele rio vivo e límpido de outrora.
Certo dia, de um azul anil daqueles de verão do suor escorrer pelo corpo, aceitei o desafio de acompanhá-los porque não agüentava mais ficar em casa naquelas tardes jogando “Final Fantasy” sozinho. O combinado era que Dico e Rafa e eu construíssemos uma espécie de trampolim para que os mergulhos no rio ficassem mais divertidos. Após o nosso protótipo de trampolim ter ficado pronto os dois começaram a dar pulos e eu só observando. Eles me chamavam para participar, mas eu só lembrava daquele terrível dia e estava até preocupado que meu pai me pegasse na beira do rio, aí era surra na certa. O anzol, a vara, o barco estavam ali só esperando Dico e Rafa para mais uma pescaria depois de tanta farra com o trampolim.
O tempo foi passando e nem lembramos mais que havia peixes no rio de tão legal que estava a brincadeira. De repente silêncio, na ponta sul, no meio do rio, um barco, um homem dentro. O vento começou a bater mais forte. Os eucaliptos se curvando na margem do rio atestavam isso, ao mesmo tempo em que Zéfiro soprava aquele elemento novo para perto de nós. Aquele homem no barco inexplicavelmente sugava a nossa atenção. Estávamos parados ali na margem, os três, só esperando o que poderia acontecer. Rafa, se pelando de medo, queria ir embora.
- Vamo embora galera, to bolado, já ta escuro e não sei quem é esse cara!
E as águas começando a turvar, mas a gente não arredava pé dali. O homem branco, muito branco, para na frente de nós a uns quinze metros de distância. Aquela altura já estávamos escondidos atrás do capim. De súbito os peixes que ondeavam a água do rio começaram a pular para dentro do barco. Eu não sabia se corria ou se ficava. O homem de chapéu e palheiro ergueu o imponente anzol, a agulha e os mergulha. De repente silêncio. Já estava escurecendo. A linha submersa parecia cortar o rio e o homem tranqüilo fumando o palheiro esperando. Um pássaro sobrevoa rasante sobre nossas cabeças de um lado para outro e pousa no ombro do pescador. A gente não entendia nada. Dico já chorava baixinho. A gente não entendia nada. Até eu e o Rafa já estávamos assustados. Sair dali? Como? Era um misto de pavor e curiosidade que nos apossava.
De súbito a vara começa a arquear-se e daí para frente o que vemos é a luta do ser humano contra o animal. A luta é pela vida, pelo orgulho do pescador em pegar o maior, o mais valente peixe. O peixe é realmente grande, garboso e prata, falo sério, o peixe é prata de um metal lustroso que chegava a iluminar a noite e nos hipnotizar.
- Uhu! Peguei, é ele, ah! Não acredito!
Que grito assustador, que alegria aquele homem estava sentido ao pegar o maior e mais bonito peixe, parecia um sonho. Só o peixe um sonho. O resto realidade.
Com demora ele tirou o anzol, a agulha que encravava a boca do animal que parecia querer balbuciar alguma coisa e se debatia violentamente balançando o barco. Ouvimos o som da faca, o rasgão brutal no seu corpo. Víamos tudo porque os vaga-lumes em bando rodeavam aquela cena. O corvo com os olhos brilhando olhou e gralhou em nossa direção. O gosto amargo que surgia na boca, o frio na barriga, não deu outra, saímos correndo mesmo com o Dico vomitando deixando uma linha acre e viscosa pelo caminho.
Cheguei em casa, contei para meu pai o que havia visto, e ele já me esperava com a cinta na mão. Dei um jeito de convencê-lo a me ouvir e ele se lembrou da lenda da truta prateada. Um magnífico peixe que oferecia a imortalidade a quem pescasse e comesse sua carne. Voltei correndo ao rio, porém não vi o homem, não vi o peixe, o pássaro, o que havia era só o barco e a escuridão.
sábado, 22 de agosto de 2009
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